A manha estava iluminada e agradavelmente quente, o mar que se estendia perto da calçada por onde eu andava estava calmo. Mas aquela paisagem se perdeu, agora eu andava por uma pequena rua sem saída, logo eu cheguei na casa de madeira com dois andares, a última casa da rua, ao lado esquerdo.
Aquele caminho era tão comum quanto o dia que vinha a seguir, e no final os dias calmos de verão eram monótomos, porem bons.
Logo a campainha ecoou e um belo garoto apareceu encostado a porta da casa.
– Sora, você sabe que não precisa tocar a campainha, entra de uma vez. - A suave voz vinha de um garoto de pele clara e cabelo negros.
Horas depois...
– Ai como eu adoro o verão! - O corpo que se estendia pelo chão emitia a mesma voz doce e calma.
– Kirito seus pais chegam hoje? - Eu perguntei, mas logo minha atenção se desviou para a porta aberta onde uma bela garota passava pelo corredor.
Um sorriso se desenho em seu rosto e a imagem dela foi se perdendo dando lugar novamente ao corredor vazio.
– Sora?
– An? Aaah! Desculpa. - Eu falei meio sem jeito passando a mão pelos meus cabelos castanho escuros.
– Tudo bem. Eu vou no banheiro do corredor já que no meu acabou papel. Já volto. - Kirito falava rindo eu apenas esbocei um sorriso forçado no rosto.
Ele se levantou e desapareceu porta a fora.
– "Nossa, já são seis horas da tarde, como o tempo passou rápido. - Eu pensava olhando para a hora que marcava no celular.
– Você sabe onde meu irmão foi? - A bela moça de antes estava apoiada ao batente da porta.
– Ele foi no banheiro. - Eu falava observando a beleza da irmã de Kirito.
De repente a garota se moveu e sentou-se ao meu lado na cama, onde eu havia passado o dia inteiro.
– Espero que ele não demore. - Ela passava um ar de juventude, apesar de ter dezoito anos.
Com certeza ela encantava a qualquer um, igualmente ao seu irmão que tinha a mesma presença que ela e os mesmos olhos verdes encantadores.
– Bom, eu acho... - Eu fui interrompido pela boca avassaladora que sem mais nem menos me atacou.
Ela podia ser a irmã mais velha de Kirito, mas era impulsiva e incontrolável. Logo eu dei continuidade ao beijo, então minha língua invadiu sua boca. Com certeza nossas personalidades eram diferentes, assim nossas línguas tentavam insistentemente entrar em sintonia. Logo o ar começou a nos faltar, e o beijo cessou.
Ao longe eu podia ver a imagem de um garoto espantado, e não demorou muito para que nossos olhos se encontrassem. Logo Karen, a irmã de Kirito, procurou o que me chamava tanto a atenção.
Num único pulo a bela garota se levantou e sem muita demora se dirigiu para a saída. De repente ela parou ao lado de seu irmão.
– Finalmente um amigo seu, que seja descente. - Pode-se ouvir a voz baixa de Karen se espalhar pelo quarto.
E logo o lugar estava tomado por um ar de seriedade, então a garota deixou o quarto e Kirito adentrou o comodo fechando a porta. De repente meu braço foi puxado e minhas costas foram de encontro a parede.
– O que você pensa que esta fazendo. - A voz de Kirito era tomada de ira e o nervosismo era visível.
Eu nada respondi e apenas passei a encarar as iris verdes que iam perdendo a paciência a cada segundo que passava.
– Dogra! - A voz grave veio seguida de um estrondo causado pelo mão de Kirito que foi de encontra a parede.
O corpo maior a minha frente tinha a respiração descompassada e a cabeça baixa.
– Você vai perder a razão se... - Minha voz foi interrompida pela boca que se fechou nos meus lábios.
Logo minhas mãos nervosas tentavam se livrar do corpo que me agarrava obsessivamente, mas o corpo de Kirito era maior e mais forte. Minhas ações foram inúteis e quando finalmente aquela boca destrutiva me deixou meu corpo se recostou à parede numa tentativa de recuperar o folego. Meus lábios ardiam e minha mão foi de encontro aos mesmos, logo eu podia sentir os cortes que estavam neles. Eu estava com uma raiva enorme, e meus olhos encararam incrédulos as orbes verdes que agora estavam mais calmas. Eu não queria mais vê-las então tentei sair dali numa tentativa de me afastar daquele corpo que me transmitia transtorno.
– Me larga! - Minha voz saiu num grito quando a mão forte de Kirito me puxou ao encontro da parede novamente.
– Quem diria que eu conseguiria te tirar toda aquela tranquilidade. - Ele falava calmamente com um leve sarcasmo na voz, e com certeza tudo aquilo estava me tirando a paciência.
Fechei os olhos numa tentativa de me acalmar, mas a situação estava fora de controle, afinal uma vez que eu perdesse toda a minha paciência costumeira era difícil de me acalmar.
– Então ela pode e eu não?! - O sarcasmo na voz dele era visível, e com certeza ele estava me testando, esgotando ao máximo minha paciência, e eu acabaria por expor todos os meus pensamentos. - Então se é assim, tudo bem.
Logo vi Kirito se afastar e se sentar no chão acomodando sua costas à beirada da cama. Eu simplesmente me deitei no colchão e tentei relaxar.
O resto da noite se passou normalmente e eu já estava mais calmo, a única pergunta que passava repetidamente em minha mente era o porquê de ele ter me beijado. E meus olhos passaram a observar-lo constantemente, tentando obsessivamente encontrar uma resposta para o que eu havia presenciado mais cedo.
– Eu vou tomar banho. - Kirito se levantou e foi em direção ao banheiro.
– Tudo bem. - Eu falei calmamente.
Minutos depois os cabelos negros reapareceram na porta do banheiro junto a um corpo semi nu, que exibia uma musculatura definida. Meu baixo ventre se remexeu e eu senti um leve incomodo. Então eu joguei meu tronco para trás deixando o colchão macio bater contra minhas costas, e logo soltei um suspiro.
– "Eu não acredito." - Eu pensei enquanto deixava o ódio me consumir.
Continua...
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